Domingo da Ressurreição e a Pastoral da Saúde: Uma Esperança que Visita, Cura e Ressuscita
- Pastoral da Saúde AOR

- 20 de abr.
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O Domingo da Ressurreição é o coração da fé cristã. É o dia em que a luz venceu as trevas, a vida venceu a morte, o amor superou todo ódio, e a esperança foi restaurada para sempre. Quando celebramos a Páscoa do Senhor, não relembramos apenas um evento do passado, mas vivemos, na liturgia e na missão, a realidade viva do Cristo ressuscitado, presente entre nós, especialmente nos que sofrem.
Para a Pastoral da Saúde, esse dia sagrado se transforma em um chamado renovado à missão. Somos convidados, como os discípulos no sepulcro vazio, a deixar para trás o medo, a tristeza e a dúvida, para anunciar com a vida e com gestos concretos: "Ele está vivo!" Esse anúncio não se faz apenas com palavras, mas com atitudes de amor, compaixão e presença junto aos enfermos, idosos, acamados e enlutados.
Ressurreição: o alicerce da missão
A Ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé (1 Cor 15,14), e também o fundamento da nossa ação pastoral. Se Cristo não tivesse ressuscitado, nossas visitas, orações, escutas e consolos seriam apenas boas ações humanas. Mas, porque Ele venceu a morte, nossa presença é sinal da presença do Ressuscitado. Cada gesto de cuidado que oferecemos é um prolongamento do amor de Jesus que passa curando, acolhendo e levantando os caídos.
Ao visitar um leito de dor, o agente da Pastoral da Saúde carrega consigo a força da Ressurreição. Ele não leva soluções fáceis, mas leva algo ainda mais poderoso: a esperança que brota do túmulo vazio, a certeza de que a última palavra não é da doença, do sofrimento ou da morte — mas de Deus, que ama e ressuscita.
O sepulcro não é o fim
Quantas vezes, ao visitar um enfermo, nos deparamos com a sensação de fim: fim das forças, fim das possibilidades, fim dos projetos. Mas o Domingo da Ressurreição vem nos lembrar que Deus age justamente quando tudo parece perdido. O sepulcro fechado de Jesus se tornou o berço da vida nova. Assim também, nos muitos "sepulcros" que encontramos — solidão, abandono, tristeza, dor crônica, depressão — a nossa presença missionária pode ser como uma pedra removida, abrindo espaço para a luz.
Cristo ressuscitado aparece primeiro às mulheres, depois aos discípulos trancados pelo medo. Isso nos ensina que a Ressurreição é também encontro, cuidado, escuta, diálogo. É indo ao encontro do outro, especialmente dos mais frágeis, que vivemos a Páscoa todos os dias.
Maria Madalena e os agentes da pastoral
No Evangelho de João (20,11-18), Maria Madalena vai ao túmulo e encontra o Ressuscitado, mas só O reconhece quando Ele a chama pelo nome. Essa passagem é profundamente simbólica para os agentes da Pastoral da Saúde. Em cada visita, em cada escuta atenta, em cada oração feita com o enfermo, somos chamados a ver o Cristo presente naquele que sofre — e, ao mesmo tempo, fazer com que essa pessoa também ouça seu nome chamado com ternura por Jesus.
Somos Madalena quando levamos lágrimas sinceras a quem sofre. E também quando temos a alegria de testemunhar pequenas ressurreições: um sorriso devolvido, um perdão concedido, uma família que se reconcilia, uma fé reacendida.
A missão de levar vida em meio à dor
A Páscoa de Cristo dá um novo sentido à dor humana. Não negamos o sofrimento — mas o olhamos com os olhos da fé, certos de que ele não tem a última palavra. O Cristo ressuscitado ainda carrega as marcas da cruz. Ele não apaga os sinais da dor, mas os transforma em testemunhos de vitória.
Assim também, na Pastoral da Saúde, nossa presença não tira a cruz do outro, mas ajuda a carregá-la com mais dignidade, conforto e fé. Somos testemunhas da ressurreição quando não deixamos o doente sozinho, quando damos voz ao idoso esquecido, quando tocamos com carinho a ferida do corpo ou da alma.
Ser presença pascal no mundo
O mundo precisa de sinais da Ressurreição. E a Pastoral da Saúde, em seu silêncio amoroso, na fidelidade do dia a dia, nos corredores dos hospitais, nas casas dos acamados, nos leitos dos que esperam a morte, é uma resposta viva ao clamor do mundo por esperança.
Ser agente da Pastoral da Saúde é ser um testemunho de que Jesus vive, de que o amor venceu, de que a morte não reina. Nossa missão é profundamente pascal. Somos enviados, como os discípulos a caminho de Emaús (Lc 24), a caminhar com os corações ardentes, partilhando o pão da Palavra, da escuta, da oração e da fraternidade.
Conclusão: Ressuscitar com Cristo todos os dias
O Domingo da Ressurreição não se encerra no domingo. Ele é o início de uma nova maneira de viver, de olhar o mundo, de se relacionar com a dor e com a esperança. Para a Pastoral da Saúde, a Ressurreição é o motor da missão. É o que dá sentido às nossas visitas, mesmo quando cansados; às nossas orações, mesmo quando não vemos resultados imediatos; à nossa escuta, mesmo quando as palavras parecem poucas.
Levamos a Ressurreição não como quem resolve tudo, mas como quem acredita que a luz venceu a escuridão, e que o amor de Deus é mais forte do que qualquer dor.
Que neste tempo pascal, e em todos os dias do nosso serviço, possamos viver como agentes da esperança, portadores da vida, sinais da presença do Ressuscitado no mundo.
Cristo vive! Ele está no meio de nós — e nos espera, especialmente nos rostos sofridos que Ele tanto ama.Feliz Páscoa! Feliz missão!
Coordenação da Pastoral da Saúde AOR




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