Uma Aula de Consciência e Justiça: Palestra de Sandra Santos sobre Feminicídio na Pastoral da Saúde

Na manhã deste sábado, 10 de maio, a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife teve a honra de receber a Professora, Palestrante e Perita Criminal Sandra Santos, que nos conduziu por uma verdadeira aula de consciência e compromisso com a vida. Com o tema "Direito à Vida e à Dignidade: Mulher, Violência e Justiça", a palestra trouxe à tona a urgência do combate ao feminicídio e à violência contra a mulher, revelando feridas sociais que ainda marcam profundamente nossas famílias e comunidades.

De forma didática, clara e profundamente humana, Sandra nos apresentou dados, histórias e realidades que muitas vezes são silenciadas. A palestra foi marcada por partilhas tocantes, testemunhos reais e reflexões que nos convidaram a olhar para a violência não apenas como um problema criminal, mas como uma ferida moral e espiritual que exige resposta pastoral, empatia e ação.

A Pastoral da Saúde, que tem como missão cuidar da vida em todas as suas dimensões, foi profundamente interpelada a ser presença atenta e ativa diante das mulheres que sofrem — em silêncio ou abertamente — os traumas da violência doméstica e da desigualdade. O encontro reforçou o papel dos agentes pastorais como promotores da dignidade humana e da justiça, especialmente junto aos mais vulneráveis.

Sandra também nos alertou para os sinais que muitas vezes passam despercebidos: o medo, o isolamento, o silêncio. Como agentes de pastoral, somos chamados a ver além da superfície e a oferecer uma escuta acolhedora, livre de julgamentos, que possa abrir caminhos de libertação e proteção. A dignidade da mulher é um valor inegociável e deve ser defendida em todos os espaços — inclusive dentro da Igreja e da comunidade de fé.

Outro ponto forte da palestra foi o chamado à responsabilidade coletiva. A violência contra a mulher não é um problema apenas das vítimas, mas de todos nós como sociedade. O silêncio nos torna cúmplices. Por isso, formações como esta são fundamentais para transformar a cultura do medo e da opressão em uma cultura de respeito, amor e justiça. Precisamos ser ponte entre o sofrimento e a esperança.

Agradecemos imensamente à Sandra Santos por sua entrega, clareza e sensibilidade. Sua fala não apenas nos ensinou, mas também nos comoveu e motivou a continuar caminhando com mais firmeza na missão de promover a saúde integral — do corpo, da mente e do espírito — com olhar atento às dores da nossa época. Que possamos ser, como Maria, presença de amor firme, corajosa e transformadora junto a quem mais precisa.

Coordenação da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife